Uma interpretação analítico-comportamental da solidão da mulher negra
DOI:
https://doi.org/10.32870/ac.v31i3.86447Palabras clave:
solidão da mulher negra, questões raciais, gênero, molduras relacionais, poder, coerçãoResumen
Recentemente surgiram estudos sociológicos que destacam como as experiências geradas pela intersecção de pelo menos dois marcadores sociais, como raça e gênero, produzem experiências ímpares que compõem o que se denominou de “solidão da mulher negra”. Mulheres negras relatam o sentimento de que são preteridas pelos homens que, em geral, preferem se relacionar afetivo-sexualmente com mulheres brancas. Este fenômeno também está relacionado ao abandono parental e à ausência de interações consideradas significativas com outras pessoas, sendo descrito, às vezes, como sentir-se insignificante. O objetivo do presente trabalho foi realizar uma interpretação analítico-comportamental da solidão da mulher negra, apontando alguns determinantes ontogenéticos dessa solidão, e destacando a importância de se analisar as variáveis culturais para uma análise mais abrangente do fenômeno. Tomando por base estudos de outras áreas do conhecimento sobre essa temática, foram utilizados quatro conceitos analíticos-comportamentais para realizar essa interpretação: poder, regras, molduras relacionais e coerção. Todos os conceitos se mostraram úteis na análise das variáveis culturais envolvidas no fenômeno descrito como “solidão da mulher negra”.
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