Uma abordagem selecionista da língua: Práticas de reforçamento e macrocontingência

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José Umbelino Gonçalves Neto
Christian David Pineda Garcia
Yan Valderlon

Abstract

Na teoria saussuriana, a língua é entendida como um sistema de signos, cujas unidades e regras seriam convencionadas e depositadas na mente de cada falante. Em contraponto a esta visão teórica, revisamos as considerações de Skinner sobre a noção de língua, definida como práticas de reforçamento da comunidade verbal, e complementamos propondo que a língua pode ser entendida como uma macrocontingência, a partir da qual sua gramática é produzida como efeito cumulativo. O que linguistas e gramáticos descrevem é a estrutura desse efeito cumulativo, i. e., observam múltiplos exemplares de linhagens operantes verbais na cultura e abstraem suas características topográficas comuns e as regras seguidas pela comunidade verbal. O produto dessas descrições é o compêndio de gramática, usado em práticas culturais escolares. A gramática escolar descreve quais topografias de respostas verbais atingem o critério de reforçamento definido como correto pela comunidade verbal (de literatos e acadêmicos). Conclui-se que tal descrição comportamental é útil ao destacar que língua e gramática são produtos de interações sociais em processos de variação e seleção cultural, com implicações ao planejamento de procedimentos de ensino que assegurem linhagens operantes verbais com topografias específicas, mas que ampliem a variabilidade comportamental e facilitem a aprendizagem.

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How to Cite
Gonçalves Neto, J. U., Pineda Garcia, C. D., & Valderlon, Y. (2017). Uma abordagem selecionista da língua: Práticas de reforçamento e macrocontingência. Acta Comportamentalia, 25(4). https://doi.org/10.32870/ac.v25i4.62677
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