Teorias Psicológicas e Teorias Sociais: Em Busca da Sintonia Fina

Resumen

Neste artigo, temos por objetivo tecer reflexões acerca das relações entre teoria psicológica e teoria social. Mais especificamente, apresentaremos e defenderemos a tese segundo a qual as relações entre a análise do comportamento – ciência sob consideração da qual se produzem teorias do comportamento – e as ciências sociais são de complementaridade, a primeira fornecendo adequadas teorias do comportamento e concepção de indivíduo às últimas e as últimas proporcionando teorias societárias que permitam um conhecimento mais ampliado do comportamento humano e informem projetos políticos-societários à primeira. Para a defesa dessa tese, dividimos este artigo em cinco seções: na primeira, abordaremos a teoria psicológica, seu escopo e seu papel na interpretação do que B. F. Skinner (1953/2014) chamou de cultura total e de seus efeitos sobre o indivíduo; na segunda, discutiremos o que chamamos de psicologismo, a prática de tentar explicar, valendo-se de uma teoria psicológica, fenômenos e processos que ocorrem em uma dimensão mais ampla – em termos de escopo e de passagem de tempo – do que o comportamento de indivíduos; na terceira, trataremos de delimitar o escopo da teoria social, bem como sua necessidade para um conhecimento mais ampliado do comportamento humano, interesse precípuo dos analistas do comportamento; na quarta, discorreremos sobre o uso de teorias psicológicas e concepções de indivíduo inadequadas nas ciências sociais, bem como as consequências de tal uso; por fim, na quinta seção, discutiremos alguns desafios do diálogo interdisciplinar e sugestões iniciais que podem se mostrar produtivas.